De cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado e, desses somente 20% são utilizados como doadores de múltiplos órgãos. Ainda assim, o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados. As seguintes afirmações atestam este resultado:

1. O programa nacional de transplantes tem organização exemplar. Cada Estado tem uma Central de Notificação, Capacitação e distribuição de Órgãos que coordena a captação e a alocação dos órgãos, baseada na fila única, estadual ou regional.
2. Para realizar transplante é necessário credenciamento da equipe no Ministério da Saúde, todos com especialização no exterior.
3. Hoje mais de 80% dos transplantes são realizados com sucesso, reintegrando o paciente á sociedade produtiva.

COMO PODEREI SER DOADOR DE ÓRGÃOS APÓS A MORTE?

Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é FUNDAMENTAL comunicar á sua família o desejo da doação. A família quase sempre realiza o último desejo, que só se concretiza após a autorização desta, por escrito. A família, após a morte encefálica, é entrevistada, sendo informada, clara e objetivamente de todo o processo de retirada e doação dos órgãos, pelo médico do paciente ou pelo médico da UTI ou ainda pela equipe de captação.

  Considera-se como Potencial Doador todo o paciente em MORTE ENCFÁLICA. Para constatação do diagnóstico de Morte Encefálica é, inicialmente, necessário certificar-se de que:

1. O paciente tenha identificação e registro hospitalar;
2. A causa do coma seja conhecida e estabelecida;
3. O paciente não esteja hipotérmico – menor de 35ºC;
4. O paciente não esteja usando drogas depressoras do SNC;
5. O paciente não esteja em hipotensão arterial.

Após essas certificações, o paciente é submetido a dois exames neurológicos que avaliam a integridade do tronco cerebral. Os exames são realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e transplante. Após o segundo exame clínico, é realizado exame complementar que demonstre:

  - Ausência de perfusão sanguínea cerebral; ou

- Ausência de atividade elétrica cerebral; ou

- Ausência de atividade metabólica cerebral.

  - Traumatismo Crânio Encefálico

- Acidente Vascular Encefálico (hemorrágico ou isquêmico)

- Encefalopatia anóxica e Tumor Cerebral Primário

O QUE FAZER APÓS DO DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA

Após o diagnóstico de morte encefálica deve acontecer a notificação ás Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDOs). Para isso, o médico deve telefonar para a Central do seu Estado informando nome, idade, causa da morte e hospital onde o paciente se encontra internado.

Esta notificação é compulsória, independente do desejo familiar de doação.

1. Lei dos Transplantes – Lei nº 9434/97, trata das questões da Disposição Post Mortem de Tecidos, Órgãos e Partes do Corpo Humano para fins de Transplante; dos Critérios para Transplante com Doador Vivo e das Sanções Penais e Administrativas pelo não cumprimento da mesma. Regulamentada pelo Decreto Nº 2268/97, que estabeleceu também o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e o CNCDOs. Em 2001, a Lei nº 10.211 extinguiu a doação presumida no Brasil e determinou que a doação com doador cadáver só ocorre com a autorização familiar.
2. Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1480/97 de 08/08/97 que define os Critérios de Morte Encefálica e estabeleceu o Termo de Declaração de Morte Encefálica onde consta a identificação do paciente, a causa do coma, os exames clínicos, neurológicos e exames complementares e ainda os intervalos necessários para os dois exames, de acordo com a idade do doador.
3. Os principais exames complementares que podem ser realizados para confirmar a Morte Encefálica são:

1-      Angiografiacerebral, 2- Cintilografia Radioisotópica, 3- Doppler Tanscraniano, 4- Tomografia Computadorizada com Xenônio, 5 – Eletroencéfalograma, 6 – Outros.

- Encéfalo corresponde ao cérebro mais o tronco cerebral

- Responsável pelos nossos pensamentos, controle das funções essenciais do nosso organismo, como a respiração, a temperatura, a pressão, etc...

- Fornece também os comandos para os pulmões trabalharem, o que é fundamental para que todos os órgãos funcionem. Nada funciona sem os pulmões. Apenas o coração pode continuar batendo, algum tempo, por ter um marcapasso próprio.

- Depois de certos acidentes ou derrame cerebral ocorre à morte, com inchume e decomposição das células e, para de emitir as ordens rotineiras da respiração e das funções dos outros órgãos e, em poucas horas tudo para de funcionar.

- Há aparelhos que podem manter a respiração e fluir o sangue, pelo bombeamento cardíaco, aos nossos diversos órgãos por um determinado tempo. É aí que devem ser retirados os órgãos para o transplante.

- Há gente que confunde Coma com a Morte Encefálica. No coma o cérebro está vivo, recebendo sangue, a pessoa está desacordada. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

- É muito diferente quando o encéfalo morre e, quando isto ocorre não se recuperará nunca mais. A morte encefálica é irrecuperável.

- Qualquer receptor de órgão ficará, certamente, muito feliz em poder continuar vivendo, recebendo este transplante.